Resenha: Estilhaça-me.

Título: Estilhaça-me.

Autor (a): Tahereh Mafi. 

Páginas: 302.

Editora: Novo Conceito.

Gênero: Distopia; Ficção; Literatura norte-americana. 

Estrelas: 4 estrelas. 




Em um futuro distante o mundo agora está sendo "reformado". Á procura de uma organização perfeita e de uma paz constante tudo o que poderia ser considerado um problema é destruído. Para esse governo, a causa de todos os problemas é tudo aquilo relacionado a antiga cultura onde localizava-se a America do Norte. Livros são destruídos, artefatos são destruídos, e mesmo a própria língua inglesa pode ser descartada por tais motivos. Esse é o cenário distópico do Restabelecimento. Um lugar onde a Camada de Ozônio degradou-se, os pássaros não voam e o sol não brilha mais como antes. Para chegar a esse mundo perfeito, o governo abrirá mão até mesmo de seres humanos, só aqueles em perfeito estado poderiam viver tranquilamente e ter um convívio social. Idosos são descartados e jovens com problemas são mandados para uma espécie de manicômio do qual não podem sair nem mesmo para ver a luz do dia.

É nesse lugar isolado onde  Juliette Ferrars está presa há 264 dias.

Tudo começou há três anos atrás. Ou melhor, quando ela nasceu. Juliette até que parecia completamente normal quando bebê. Mas não era. Por motivos desconhecidos, o toque da menina é letal. Ao entrar em contato direto com sua pele, uma do imensa acontece para qualquer pessoa e a morte pode vir em seguida. Nem mesmo seus pais podiam ter o prazer de carrega-la quando era uma criança. Na escola, a garota era mantida em uma cerca para que não entrasse em contato com os outros alunos. Mesmo antes de se dar conta disso, Juliette Ferrars era uma ameaça. Uma arma ambulante. Um perigo para a sociedade.

Tudo isso foi confirmado quando ela tinha 14 anos, três anos antes da narração do livro, quando um incidente fatal com uma criança em um supermercado custou-lhe não só a liberdade, mas sua vida como um ser humano como qualquer outro. A partir dali, os próprios pais da menina largaram-na nas mãos do governo. Pesquisas foram feitas, interrogatórios e exames, mas nada justificava o efeito do toque de Juliette. Até então, só uma palavra poderia definir o que ela era: uma aberração. 

Por segurança ao mundo, ela então foi presa em uma solitária, onde não falava, não via e muito menos tocava pessoas de verdade. Suas únicas companhias resumiam-se ao seu caderno e sua caneta, pesadelos e ao pássaro branco com listras douradas que voava em seus sonhos.

Até agora. 

Depois de todo esse tempo sem convivência com ninguém, Juliette ganhará um companheiro de cela. Adam Kent será colocado ao lado da garota em sua cela, e passará a conviver com ela, que pode matar qualquer um com um simples toque com as mãos. Mas o que Juliette não sabe, é que Adam tem muito mais a ver com sua vida do que parece. Além de ser um soldado mandado por Warner, um líder cruel do Setor 45, Kent é o mesmo garotinho que há anos atrás, parecia ser a única pessoa amável desse mundo. A única que não via Juliette como todos a viam, como um monstro.

Agora ela terá que decidir. Ela vai deixar-se ser usada como uma arma por Warner ? Não. Ao contrário do que a maioria pensa, Juliette não quer ser o monstro que todos esperam que seja. Ela vai lutar. E vai em busca de sua própria liberdade, ao lado de Adam, com quem poderá começar um romance. Mas será que ele ainda é o mesmo garotinho amável e gentil de anos atrás ? Será que Juliette pode confiar nele ? E porque ele é a única pessoa que pode toca-la ?

Gente, eu simplesmente adorei esse livro. Confesso que no começo, demorei a pegar a história, e esse foi um dos motivos pelos quais dei quatro estrelinhas para ele, mas isso é uma coisa muito pessoal. Mas do meio para o fim, essa história é muito viciante, e incrivelmente bem desenvolvida, a ponto de que, ao longo dos capítulos, vocês mesmo, leitor, vai conseguindo encaixar as peças faltando desse quebra-cabeças que é a vida de Juliette Ferrars. Se eu poderia dar cinco estrelas para esse livro ? Poderia, e era o que eu ia fazer. Mas, como eu gosto de ser muito justa ao dar notas para os livros, eu pensei no conjunto todo, lembrando não só de como essa história foi maravilhosa, mas também dos fatores que me deixaram bem irritada.

A escrita de Tahereh Mafi é maravilhosa, eu sei. É de uma singeleza que chega até a ser poética. Tem cada metáfora, que eu ficava tipo: de onde você tirou isso, tahereh ? Sério, pessoal, tem até algumas frases do livro lá no insta se vocês quiserem conferir. E ainda tem essa coisa das falas tachadas, que é  incrível também. Porque, é como se você pudesse ver o que a personagem queria, mas não podia falar. Ou o que ela pensava, mas queria não ter pensado. Por exemplo, logo na capa do livro temos a frase: "Meu toque é letal. Meu toque é poder." e isso ocorre durante todo o livro. Eu adorei, e achei essas pequenas coisas o diferencial da escrita da autora. É como se a própria Juliette tivesse escrito o livro.

Mas, gente, como ninguém é perfeito, tinha que ter um defeitinho para me encher. Sério, quantas vezes ela repete a palavra "ele" em uma frase ? Ah, isso já estava ficando até cansativo. Em comparação as suas metáforas e a sua escrita maravilhosa, temos a repetição extremamente desnecessária de algumas palavras. Na verdade, isso é meio que uma coisa da personagem, mas acho que ela poderia ter evitado. Ás vezes, eu ficava com até dor de cabeça de tanto "ele fez" ou "ele sorriu" ou "ele se levantou" ou coisas do gênero. Em alguns momentos, eu juro que parava e respirava fundo, com uma vontade enorme de pular aquelas repetições grotescas. Mas isso, pode ser uma coisa pessoal, não sei. O que acontece é que me rendeu uma estrela a menos no livro.

Eu gostei do Adam. Já vi muitas pessoas que o odiaram, mas eu achei ele um personagem muito sincero, gentil e sensível, pelo menos em relação a Juliette. Já o Warner...Argh ! Julguem-me, quem já leu liberta-me e torce para ele, mas por favor, esse cara ficou entalado na minha garganta. Não consegui engolir. Ele é cruel, grosseiro e irônico. Não, Warner, não deu para você. Continuando a falar dos personagens, eu gostei muito do Kenji. Ele é um cara, que mesmo em meio da confusão, está sempre de bom-humor, e me fazia sorrir horrores sempre que abria a boca. Temos também o James, irmão mais novo do Adam, que eu não consegui ter uma opinião formada sobre ele. Mas, qual é gente, é uma criança !

Outra coisa que eu odiei nesse livro foi essa capa. Que coisa mais ridícula, minha gente ! Estou louca pelas jackets com aquela nova capa linda e maravilhosa, porque essa daí, não deu não. Não funcionou comigo. Mas, lembrem-se, eu sempre digo isso, nunca julguem um livro pela capa ! A história é maravilhosa.

Super recomendo ! É uma história ao mesmo tempo leve e emocionante. No começo não tem muitas cenas de ação, mas do meio para o fim a coisa começa a pegar. Dá para ler bem rápido, apesar da minha lerdeza, porque eu demorei mais de seis dias para terminar esse livro. Espero que tenham gostado, que a resenha tenha feito vocês se interessarem, porque eu quero que vocês leiam, e comentem, e discutam o que vocês acharam, Beijos,

Boa noite,

~Ana~


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